quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O Discurso do Oprimido: Oprimir é mais Fácil que Libertar!

Foucault faz uma desmistificação  do discurso e nos mostra os interesses que encontram-se por trás do mesmo, muito do que pregamos ao conferir-lo, nada mais é, que propagar nossos pontos de vistas experiências para um determinado grupo. O grande embati é quando o discurso possui poder, pois dessa forma ele ganha autoridade e pode passar de um simples discurso, a "verdade absoluta".
O discurso do professor possui poderes que, muitas vezes, o próprio professor não imagina. Seus atos e posturas em sala de aula são fundamentais para o desenvolvimento do educando ali presente, pois de nada adianta o professor passar o conteúdo programático e querer ter alunos educados se o mesmo não demonstra isso em seu diálogo em sala. Ao mesmo tempo que o discurso pode libertar ele pode oprimir e perpetuar o fracasso, infelizmente o mais visto atualmente é o último, onde educadores fazem avaliações informais de seus alunos e dirigem-se aos mesmos com vocábulos impróprios e excludentes. Educadores possuem papel fundamental para a formação do cidadão, sendo necessário que o mesmo tenha uma postura solidária e de respeito para com os educandos, pois só desta maneira os alunos demonstraram reciprocidade.
O discurso possui um grande poder e querendo ou não nós profissionais de educação somos grandes formadores de opinião, por isso devemos sempre pensar antes de pronunciar qualquer discurso, pois o mesm o contribuirá para a formação de futuros cidadãos. Deve-se sempre levar em consideração as necessitas do aluno e daí criarmos "nossos discursos".
O mais importante acredito que seja dar liberdade para que o educando possa criar seu próprio discurso a partir de suas vivências e não darmos um discurso pronto para que o mesmo apenas reproduza, é necessário estimular os mesmos a pensarem e produzirem, pois somente desta forma estes tornarão-se cidadãos críticos e pensantes, capazes de atuar nos mais diversos campos da sociedade.
Pode-se dizer que o discurso nunca é neutro, pois como havia dito anteriormente, todo discurso está repleto de interesses e valores. Na escola, como um meio social, isso não ocorre de maneira diferente. 
Nossos profissionais da educação muitas vezes trazem um discurso tradicional, pois os mesmos foram educados desta forma e é muito difícil modificarmos hábitos que se multiplicam e passam de gerações, afinal é mais fácil reproduzir o já conhecido que construir o novo, desconhecido. A grande questão é que o discurso pode estar estagnado, porém nossa sociedade e seus personagens não, os mesmos vivem em constantes mudanças, os educandos do ano 2011, não são os mesmo do ano 2000, e os de 2020 terão ideias e interesses diferentes dos atuais. 
 Quando o educador não reconhece o aluno como um ser social-crítico com personalidades e interesses próprios, jamais terá seu discurso ouvido e respeitado. Sabe-se, atualmente, que o educando possui uma bagagem extraclasse que precisam ser levadas em consideração, não sendo mais uma "bacia vazia" em que somente o professor é possuir do conhecimento, ao ponto, que o aluno apenas receptor.
Enquanto muitos educadores possuem dificuldades com as novas tecnologias estudantes cada dia mais se interessam e desenvolvem conhecimentos referentes a estas informações. O educador que não se interessa pelo novo não se adapta aos alunos atuais, que necessitam de algo que ultrapasse a memorização e gere um diálogo horizontal onde o professor vai mediar essa discussão trazendo problemáticas que façam os estudantes refletirem e questionarem-se, criticamente, sobre o assunto abordado.
A escola necessita criar novos ideais, onde o aluno passe do papel de ouvinte "mudo" para cidadão crítico que possui voz no espaço escolar. Não se pode anular, como ocorre em muitas instituições, a utilização das novas mídias para o desenvolvimento do educando tendo em vista a fascinação que a maioria deles possuem pelas tecnologias, deve-se expandir as ferramentas utilizadas em classe, não restringindo a aprendizagem apenas ao quadro negro. O conhecimento é atual e mutável, não devendo nunca ficar inerte. 
Não devemos temer o novo, devemos sempre trazer o novo aos nossos alunos, afinal a educação nada mais é que uma interação sócio-política

Um comentário:

  1. Um belo depoimento sobre suas percepções acerca da construção dos discursos e a contemporaneidade...
    Parabéns!

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