sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Portfólio eletrônico: Uma ferramenta a favor do professor.

A avaliação, muita das vezes, é o pesadelo de crianças e jovens em idade escolar. Mas a grande questão é: Porque temer algo que possui propósitos positivos e serve para auxiliar na aprendizagem do aluno em questão?

Avaliação formativa é uma processo avaliativo que objetiva identificar dificuldades do educando tendo como foco primordial o seu desenvolvimento pleno. Avaliação não pode estar voltada para o fracasso ou sucesso, mas sim, para o desempenho do aluno ou da instituição de ensino, levando em consideração os caminhos feitos para a obtenção de determinados conhecimentos e conceitos. Para que essa avaliação ocorra de maneira, não somente efetiva, mas também positiva, é necessário que o professor crie uma mentalidade diagnóstica, para intervir positivamente na aprendizagem do aluno.Antagonicamente a avaliação classificatória, a formativa visa identificar dificuldades do educando, para em contra partida auxilia-lo na sua formação, já a classificatória classifica de acordo com o desenvolvimento intelectual de cada aluno, podendo gerar uma avaliação informal.
Novas tecnologias surgem a favor do professor, o mesmo não deve estagnar-se e evoluir junto a sociedade, pois somente desta maneira será possível, ao profissional de educação, adaptar-se as necessidades atuais.
O portfólio eletrônico é uma inovadora ferramenta para educação, tendo em vista que a mesma trabalha diferentes conceitos e conteúdos de uma forma mais interessante aos educandos envolvidos. Nos assuntos ligado a língua portuguesa pode-se trabalhar leitura e escrita além de elaboradas dinâmicas em grupo.
O principal aspecto positivo quando pensa-se em portfólio eletrônico é a autonomia dada ao aluno, pois esse passa a produzir seus próprios materiais a partir das vivências em sala. Assim o aluno passa de ouvinte para produtor de conhecimento.     



quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O Discurso do Oprimido: Oprimir é mais Fácil que Libertar!

Foucault faz uma desmistificação  do discurso e nos mostra os interesses que encontram-se por trás do mesmo, muito do que pregamos ao conferir-lo, nada mais é, que propagar nossos pontos de vistas experiências para um determinado grupo. O grande embati é quando o discurso possui poder, pois dessa forma ele ganha autoridade e pode passar de um simples discurso, a "verdade absoluta".
O discurso do professor possui poderes que, muitas vezes, o próprio professor não imagina. Seus atos e posturas em sala de aula são fundamentais para o desenvolvimento do educando ali presente, pois de nada adianta o professor passar o conteúdo programático e querer ter alunos educados se o mesmo não demonstra isso em seu diálogo em sala. Ao mesmo tempo que o discurso pode libertar ele pode oprimir e perpetuar o fracasso, infelizmente o mais visto atualmente é o último, onde educadores fazem avaliações informais de seus alunos e dirigem-se aos mesmos com vocábulos impróprios e excludentes. Educadores possuem papel fundamental para a formação do cidadão, sendo necessário que o mesmo tenha uma postura solidária e de respeito para com os educandos, pois só desta maneira os alunos demonstraram reciprocidade.
O discurso possui um grande poder e querendo ou não nós profissionais de educação somos grandes formadores de opinião, por isso devemos sempre pensar antes de pronunciar qualquer discurso, pois o mesm o contribuirá para a formação de futuros cidadãos. Deve-se sempre levar em consideração as necessitas do aluno e daí criarmos "nossos discursos".
O mais importante acredito que seja dar liberdade para que o educando possa criar seu próprio discurso a partir de suas vivências e não darmos um discurso pronto para que o mesmo apenas reproduza, é necessário estimular os mesmos a pensarem e produzirem, pois somente desta forma estes tornarão-se cidadãos críticos e pensantes, capazes de atuar nos mais diversos campos da sociedade.
Pode-se dizer que o discurso nunca é neutro, pois como havia dito anteriormente, todo discurso está repleto de interesses e valores. Na escola, como um meio social, isso não ocorre de maneira diferente. 
Nossos profissionais da educação muitas vezes trazem um discurso tradicional, pois os mesmos foram educados desta forma e é muito difícil modificarmos hábitos que se multiplicam e passam de gerações, afinal é mais fácil reproduzir o já conhecido que construir o novo, desconhecido. A grande questão é que o discurso pode estar estagnado, porém nossa sociedade e seus personagens não, os mesmos vivem em constantes mudanças, os educandos do ano 2011, não são os mesmo do ano 2000, e os de 2020 terão ideias e interesses diferentes dos atuais. 
 Quando o educador não reconhece o aluno como um ser social-crítico com personalidades e interesses próprios, jamais terá seu discurso ouvido e respeitado. Sabe-se, atualmente, que o educando possui uma bagagem extraclasse que precisam ser levadas em consideração, não sendo mais uma "bacia vazia" em que somente o professor é possuir do conhecimento, ao ponto, que o aluno apenas receptor.
Enquanto muitos educadores possuem dificuldades com as novas tecnologias estudantes cada dia mais se interessam e desenvolvem conhecimentos referentes a estas informações. O educador que não se interessa pelo novo não se adapta aos alunos atuais, que necessitam de algo que ultrapasse a memorização e gere um diálogo horizontal onde o professor vai mediar essa discussão trazendo problemáticas que façam os estudantes refletirem e questionarem-se, criticamente, sobre o assunto abordado.
A escola necessita criar novos ideais, onde o aluno passe do papel de ouvinte "mudo" para cidadão crítico que possui voz no espaço escolar. Não se pode anular, como ocorre em muitas instituições, a utilização das novas mídias para o desenvolvimento do educando tendo em vista a fascinação que a maioria deles possuem pelas tecnologias, deve-se expandir as ferramentas utilizadas em classe, não restringindo a aprendizagem apenas ao quadro negro. O conhecimento é atual e mutável, não devendo nunca ficar inerte. 
Não devemos temer o novo, devemos sempre trazer o novo aos nossos alunos, afinal a educação nada mais é que uma interação sócio-política

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O Discurso e suas ferramentas.


O texto "A Ordem do Discurso" de Foucault nos mostra como  o discurso é manipulada e controlado. Quase sempre impregnado de pontos de vista e valores, podendo perpetuar pensamentos e filosofias. O discurso nem sempre é horizontal ou respeita opiniões, muitas vezes é construído em campo pérfido, onde quem o proclama, muitas vezes, pensa possuir  "autoridade" absoluta sobre aquilo que prega, excluindo sempre as questões fora dos padrões criados pelo mesmo.
Foucault nos trás os procedimentos externos de controle e também de exclusão do discurso que são a Interdição da palavra, a partilha da loucura e a vontade da verdade. Foucault nos diz que "dos três grandes sistemas de exclusão que incidem sobre o discurso, a palavra interdita, a partilha da loucura e a vontade da verdade, foi no terceiro que mais me demorei. Pois é na sua direção que os primeiros se têm constante mente encaminhado, há séculos a essa parte; porque, cada vez mais, ele visa tomá-los a seu cargo, para assim os modificar e fundar: porque se os dois primeiros tornam-se cada vez mais frágeis, mais incertos, na medida em que agora são atravessados pela vontade da verdade, esta, pelo contrário, cada vez mais se reforça, tornando-se mais profunda e mais incontornável" 
Na mediada em que um discurso é proferido multiplica suas verdades através dos tempos, mas que verdades são essas? Verdades são construções subjetivas, que devem ser analisadas cuidadosamente antes de serem legitimadas, pois muitos discursos legitimam injurias, desconstruindo muitas vezes a própria verdade. Todo discurso possui um objetivo, seja direta ou indiretamente ele visa atingir algo. O grande problema é quando quem discursa acredita somente na sua própria verdade, isso ocorre, principalmente, graças ao nosso “orgulho intelectual”. 
Ao ler o texto, em um primeiro momento, me veio a mente discursos que são proferidos mundo a fora por pessoas que legitimam algo e acreditam que possuem o poder, por isso legitimam fatos, muitas vezes, antagônicos a nossa realidade social. Então lembrei-me de um fato recente, que configurava uma entrevista informal, onde nasceu um discurso que ganhou grandes proporções nacionais, onde o deputado Jair Bolsonaro lançou um discurso repleto de valores pessoais que o mesmo considerava verdades absolutas, um discurso altamente excludente e preconceituoso. Voltando um pouco mais na história temos Adolf Hitler com seu discurso hegemônico, em que o mesmo, disseminava o pensamento de se criar uma nação "pura", as proporções deste discurso totalmente manipulador são vistas até hoje, o holocausto que atingiu não só judeus, mas todos os que não se "encaixavam" no perfil criado eram dizimados. 

O livro de Foucault é denso e complexo, nos mostrando as várias vertentes do discurso, muitas vezes não se tem a devida noção do poder que o discurso pode exercer sobre determinados grupos. Discursos disseminam pontos de vistas que podem gerar a paz e compreensão, quando empregados de maneira correta, em contrapartida pode proliferar o preconceito e o desrespeito. 

Para finalizar o post, como amante que sou do cinema, gostaria de compartilhar um trecho do filme dirigido por Charlie Chaplin, no ano de 1940,  “O Grande Ditador”, uma obra belíssima que ao seu fim possui o “último discurso do grande ditador”, que na verdade não é o grande ditador, mas aí só assistindo ao filme, interpretado por Chaplin, vale muito a pena assistir.